Abrir uma paleta de cores pode ser tão desafiador quanto escolher um perfume para sempre. Entre infinitos tons, como saber qual transmite o que você quer sentir dentro de casa? Essa dúvida é mais comum do que parece. Afinal, o medo de errar na cor ainda assombra muita gente, mas a boa notícia é: você não precisa começar pelas cores vibrantes.
Existe uma porta de entrada para esse novo mundo, e ela atende pelo nome de Minimalismo Colorido: uma proposta que une a estética limpa e a sensibilidade cromática, usando tons sutis, elegantes e acolhedores. Um jeito de colorir sem pesar, de expressar sem exagerar, e de dar início a uma nova relação com a própria casa.
Quando o silêncio visual é sinônimo de luxo
Atualmente, mais do que nunca, o conforto virou sinônimo de luxo. Mas não um luxo óbvio, que grita com brilhos, peças assinadas ou imponência. Estamos falando do chamado luxo invisível, aquele que se revela nos detalhes: no toque de um linho natural, no som controlado de um ambiente bem tratado acusticamente, na luz indireta de um abajur que acolhe. E sim, na escolha precisa das cores.
É por isso que as paletas suaves vêm ganhando força. Elas carregam a elegância do que é sutil, o poder do que é calmo, e a beleza de quem sabe que menos, às vezes, é mais do que suficiente. Tudo depende do que você está buscando.
O medo da cor vem da falta de experiência, não da falta de gosto. Você já reparou que, ao comprar roupas, a gente tende a ir direto para o preto, o branco e o jeans? O mesmo acontece com a casa. A gente se agarra ao bege porque ele parece seguro e, de fato é, pois, nosso cérebro não tem tanta dificuldade de interpretar o que está vendo. O problema é que o excesso de segurança pode roubar a identidade dos espaços.
E é justamente por isso que, como designer de interiores, especialista em cores, recomendo começar com uma paleta suave, mas não sem graça. Garanto que será como andar de bicicleta com rodinhas: te dá segurança até você se sentir pronta para pedalar livremente por combinações mais ousadas.
Aqui estão três direções possíveis, todas com algo em comum: cores suaves, elegantes e de fácil aplicação:
Neutros Coloridos: são tons suaves de beges e cinzas com pigmentos de cor diluídos em uma variação entre branco e preto. As cores certas para quem quer algo a mais que o branco. São sofisticados, versáteis e transmitem movimento calmo com personalidade e estilo. São ideais para quem quer ousar com segurança.
Terrosos Claros: remetem à natureza, à argila, à areia. Aquecem com suavidade.
Verdes da Natureza: frescos, suaves e sempre atuais. Perfeitos para trazer equilíbrio visual e emocional.
Essas cores mantêm a base neutra e ainda criam movimento visual, profundidade e emoção.
Pintar é mais barato do que reformar
Outro ponto importante: usar a cor nas paredes é uma das formas mais acessíveis de transformar um ambiente. Pintar é uma mudança rápida, de custo relativamente baixo, e que tem impacto direto na percepção do espaço.
Use um cinza esverdeado nas paredes da sala que respira calma, combine com sofá off-white e com madeira nogueira. Uma cor que parece cinza à primeira vista, mas revela um frescor suave com o passar da luz. Ideal para quem busca tranquilidade com sofisticação. Bege rosado na cabeceira da cama no quarto, harmoniza com mármore claro e metais em cobre escovado.
O luxo está nos detalhes e a cor é um delesChegou a hora de quebrar o ciclo da “casa bege por segurança”. O minimalismo colorido é um convite para ocupar os espaços com mais alma, para fazer da cor uma ferramenta de expressão silenciosa e elegante. O luxo invisível está aí para provar que é possível viver com mais conforto, beleza e personalidade, sem exageros, sem medo, e com muito significado. Comece suave. Comece com intenção. Mas comece.