O ponto de encontro da construção

Entre o concreto e o sentir: a arquitetura como experiência humana

De Juhani Pallasmaa a Guto Requena, passando por A9 Arquitetura, Marko Brajovic, Bideses, Laurent Troost e Ricardo Bofill, uma arquitetura que nasce do afeto, da matéria e da memória, reafirmando que projetar é, antes de tudo, sentir o mundo.


Em tempos de velocidade e excesso, a arquitetura reencontra o silêncio. Entre o concreto e o sentir, um novo olhar emerge: o de uma criação que não se contenta com a forma, mas busca o gesto.

O arquiteto finlandês Juhani Pallasmaa é talvez o primeiro a lembrar que habitamos com o corpo inteiro com o tato, o olfato, a escuta e a emoção. Suas reflexões apontam para uma arquitetura fenomenológica, onde o espaço não é apenas visto, mas vivido em camadas sensoriais.

No Brasil, Guto Requena traduz essa experiência em linguagem contemporânea, fundindo tecnologia e afeto. Seus projetos pulsantes transformam emoções em dados, dados em luz, e luz em presença, um exercício de empatia digital que aproxima o humano da máquina.

A A9 Arquitetura e Bideses seguem o caminho da materialidade poética. Em suas obras, a textura do tempo e o desenho da luz revelam o compromisso com o lugar, com o fazer manual e com a precisão do detalhe. Cada parede parece respirar, como se guardasse em si a memória de quem a habita.

Entre o sensível e o estrutural, Marko Brajovic explora a fluidez da forma e o movimento da natureza. Suas criações são quase esculturas habitáveis, nascidas do diálogo entre razão e intuição.

Já Laurent Troost, enraizado na Amazônia, ressignifica o conceito de sustentabilidade ao torná-lo poético: suas obras são organismos vivos, atravessados pela umidade, pela luz e pela geografia.

E há ainda Ricardo Bofill, mestre catalão que transformou ruínas em catedrais de imaginação. Em seus edifícios, o brutalismo se converte em beleza utópica, um convite à permanência da arte em meio ao caos.

Todos, à sua maneira, desenham o invisível. São arquitetos do gesto, da memória e do afeto. Construtores de atmosferas que nos lembram: morar é mais do que ocupar um espaço, é existir com plenitude dentro dele.


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