O ponto de encontro da construção

Conectividade e casas inteligentes: uma visão para 2025 

O mercado de automação residencial deu seus primeiros passos no Brasil no final da década de 90. Durante quase 20 anos, ele seguiu padrões básicos e cresceu de forma tímida, focado principalmente no mercado de alto padrão. Produtos importados foram a maioria a atender este mercado emergente e que ainda tinha um foco e uma visão bastante limitados, com ênfase na integração de sistemas avançados de áudio & vídeo (home theater e sonorização ambiente hi end) e controle de iluminação. 

O projeto, venda, assim como a instalação destes produtos sempre eram executados por integradores capacitados, normalmente certificados pelos fabricantes, também responsáveis por lhes fornecerem o suporte técnico e comercial necessário para um bom atendimento ao cliente final. 

A partir de 2019, o panorama mudou bastante, com a introdução de produtos conectados à rede WiFi já existente na casa do cliente, vendidos em e-commerce, com preços muito atrativos. E tivemos também a chegada dos assistentes de voz oficialmente no Brasil, cujo lançamento gerou então um movimento de marketing nunca experimentado, alavancado por grandes marcas antes ausentes do mercado de automação residencial. 

Inicialmente, este movimento causou uma certa inquietação nos tradicionais fornecedores, tanto de produtos como nos integradores atuantes no mercado. Aos poucos, percebemos que a introdução de soluções mais simples junto com a maior divulgação nos canais de comunicação favoreceu a intenção de compra de muitos potenciais moradores que antes não conheciam ou nunca tinham tido contato com estas soluções. 

Hoje, já passado este período aproximado de cinco anos, temos então números que justificam esta visão. Se olharmos outros mercados mais evoluídos (como a América do Norte, por exemplo), percebemos uma crescente participação do denominado “middle market”, antes inexistente nas estatísticas e projeções. Da famosa “curva de aceitação da tecnologia”, utilizada para embasar os estudos de mercado, é notável a grande mudança nos percentuais de participação de cada tipo de consumidor nesta nova fase do mercado. 

A “maioria inicial” de adotantes de tecnologia com uma casa inteligente simples é agora o maior segmento do mercado. As soluções para casas inteligentes continuam a migrar para o mercado intermediário, com cada vez mais famílias comprando dispositivos pela primeira vez. 

Ou seja, daqui em diante o maior volume de vendas não estará focado apenas nos inovadores e pioneiros, mas se estenderá aos grupos que antes tinham menos aceitação e que, por sua vez, representam um grande volume de negócios. 

Esta transição já iniciou! O mercado está preparado? 

Em nosso ponto de vista, entendemos que existem várias ações que precisam ser revistas nas estratégias dos fornecedores. Isto inclui não somente os fabricantes e distribuidores, mas os integradores também. 

Listamos abaixo alguns destes pontos: 

– Para os integradores: 

  • Os clientes potenciais existem em maior quantidade, mas precisam soluções especificas, portanto demandam um atendimento e atenção diferentes daqueles até então utilizados. Racionalizar procedimentos, selecionar produtos compatíveis com esta nova demanda será desafiador. 
  • Uma boa estratégia seria a dedicação aos nichos que estão surgindo, focando sua oferta em soluções que atendem estas demandas. Exemplos? 

– Maior produtividade no home office, 

– Acessibilidade para idosos ou portadores de deficiências, 

– Telemedicina e saúde, 

– Conforto ambiental, 

– Foco em eficiência energética 

e muitos outros que estão surgindo. 

  • Além disto, atender construtoras e gestores condominiais está cada vez mais próximo e tem gerado resultados fora da curva para alguns integradores pioneiros! 

– Para os fabricantes: 

  • É importante aumentar a sua base de integradores atuantes e capacitados. Aquele “novo” cliente que não for atendido adequadamente vai deixar de comprar automação para sua casa, trocando assim o valor por outras comodidades ou fazendo apenas instalações de produtos simples, muitas vezes sem recorrer a profissionais. 
  • Os integradores normalmente são empresas de pequeno porte com limitada atuação no marketing e políticas intensivas de fomento às vendas. Portanto, é importante que eles contem com a colaboração de seus parceiros fornecedores nestas ações, o que é ainda praticamente nulo em nosso mercado local. 
  • A segurança cibernética se torna cada vez mais importante nas casas conectadas. Empresas que não priorizarem a proteção de dados e a privacidade dos usuários podem enfrentar consequências severas. Vazamentos de dados reportados através da mídia podem comprometer assim a imagem destas empresas. 
  • Focar em soluções sustentáveis ​​e compatíveis com as normas técnicas será decisivo para garantir que os futuros clientes valorizem sua linha de produtos. 
  • Integrar a IA (inteligência artificial) de forma cada vez mais representativa em suas soluções 

Empresas que não se adaptarem a essa tendência podem ver suas vendas diminuírem. A concorrência está se intensificando, investidores de outros mercados se aproximam e a inovação é, portanto, essencial para se manter relevante. 

Conclusão 

As projeções que temos hoje sobre os próximos anos são bastante positivas, mas se baseiam em impulsos de consumo. Se olharmos o potencial de atendimento do mercado hoje existente nesta base “fornecedor + integrador” a questão assume um outro ângulo: o desafio é grande e novas ações precisam ser tomadas com rapidez para garantir que as projeções se concretizem. 

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