O ponto de encontro da construção

Novos caminhos da construção: o futuro que já começou

Por muito tempo, construir no Brasil foi sinônimo de obra demorada, cheia de improvisos e desperdício. A cena se repetia: montes de areia, pilhas de tijolos, sacos de cimento e uma rotina que misturava poeira e ansiedade em ver a obra pronta. Durante décadas, essa foi a imagem da construção tradicional brasileira. Mas ela começa, finalmente, a mudar

Nos últimos anos, sistemas construtivos industrializados, como o steel frame e o wood frame, vêm ganhando força e transformando a forma como projetamos e executamos. Mais do que novas técnicas, eles representam uma mudança de mentalidade, uma virada de chave que coloca planejamento, eficiência e sustentabilidade no centro da obra.

O steel frame, que utiliza perfis de aço galvanizado no lugar da alvenaria convencional, permite uma execução até 40% mais rápida do que o sistema tradicional. As estruturas são fabricadas sob medida em ambiente controlado, o que reduz erros, desperdícios e o impacto ambiental.

Já o wood frame, amplamente utilizado em países como Canadá e Estados Unidos, emprega painéis estruturais de madeira engenheirada, garantindo conforto térmico e acústico superiores e um desempenho ambiental exemplar, já que a madeira utilizada no processo é um recurso renovável e com baixa emissão de carbono.

Esses sistemas também se destacam pela limpeza do canteiro e pela redução no consumo de água. Um bem que, cada vez mais, precisa ser tratado como prioridade. Além disso, o controle de qualidade em fábrica permite precisão milimétrica, algo que o método artesanal raramente alcança.

Mas, apesar de todos esses benefícios, o caminho da inovação ainda é desafiador. O principal obstáculo é cultural: muitos clientes, e até profissionais, ainda associam solidez à alvenaria, como se só o concreto garantisse segurança. Outro desafio importante está na capacitação. Trabalhar com sistemas industrializados exige projeto executivo extremamente detalhado, compatibilização entre disciplinas e uma equipe treinada para lidar com materiais e técnicas específicas. O improviso, que tantas vezes resolve na obra tradicional, aqui pode comprometer o desempenho do sistema.

Só que, agora, essa mudança de chave já começa a acontecer. Acabou de acontecer, de 4 a 6 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo, a Construlev Expo, a feira mais importante dos segmentos de Construção Leve e Sustentável. A feira reuniu os grandes players de Steel Frame, Wood Frame, Drywall e Construção Modular. O evento nasceu para mudar os rumos da construção no Brasil e trazer mais rapidez, economia na obra (já que sabemos exatamente quanto vamos gastar em todo o processo) e muita sustentabilidade.

O papel do arquiteto, nesse cenário, se torna ainda mais importante. Não basta apenas desenhar belas fachadas, é preciso entender o sistema, pensar em modulação, compatibilizar detalhes construtivos e dialogar com engenheiros e fabricantes desde o início do processo. Projetar passa a ser um ato de integração. Quando arquitetura e engenharia caminham lado a lado, o resultado é mais preciso, sustentável e coerente com o tempo em que vivemos.

Estar informado sobre essas novas formas de construir é mais do que uma vantagem, é uma necessidade. A construção civil é uma das indústrias que mais consomem recursos naturais e geram resíduos. Mudar a forma como construímos é também mudar o impacto que deixamos no mundo. E, nesse sentido, adotar sistemas construtivos industrializados não é apenas uma questão técnica, mas uma postura ética diante do futuro.

As novas tecnologias construtivas não são mais promessa: são realidade. Elas estão aí, disponíveis, à espera de profissionais dispostos a quebrar paradigmas e explorar possibilidades. Cabe a nós, arquitetos e engenheiros, abraçar essa transformação e mostrar que construir diferente é, sim, construir melhor, mais rápido, mais sustentável e com mais consciência.

Porque, no fim das contas, construir continua sendo sobre realizar sonhos. E talvez o grande desafio da nossa geração seja exatamente esse: aprender a realizá-los de um jeito mais inteligente, mais leve e mais conectado com o que o mundo precisa agora. Se você perdeu a 1ª edição da Construlev Expo, chegou a hora de se programar para o ano que vem: a feira vai acontecer de 14 a 16 de outubro de 2026, no São Paulo Expo.

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